quinta-feira, 2 de maio de 2013

Ruim uma owa!


Saudamentos, companheiro. Para esta rodada, o nosso test-drive é de um carro, digamos, incomum - mesmo não parecendo. De uma empresa que não tem tantos fãs, seguidores ou perseguidores, cuja qual já falei há mais de um ano.


Antes de continuar, gostaria de chamar atenção para um artigo que enviei ao Estação Regional, no qual comento, resumidamente, a variedade da frota urbana em Pato Branco (PR) e a dificuldade em registrar todos os veículos. Mesmo que a formatação do texto não ajude (uma salva de palmas ao Microsoft Word, que muda todos os padrões montados em um texto de um computador pra outro), não custa nada conferir. Aproveite e leia, também, outros conteúdos do blog, que segue uma boa linha informativa.


Vou retomar a dúvida de um ano atrás: entre uma empresa com veículos antigos (2004 pra trás) e owa com novos (2006 pra cima), você iria em qual?

Eu iria pela uma, mesmo porque o estilo de operação das duas é o mesmo. E não podemos esquecer que houve um emporcalhamento geral no grupo Comporte, do meio do ano passado pra cá, no que diz respeito à manutenção e limpeza da frota. Logo, corre um leve receio de se viajar pela owa.

Considerando, também, que até injeção letal aceito de graça, ao ver o descontão - 50% - que a uma oferecia (à época, setembro de 2012) para todas as seções da RIO x FOZ... Não deu outra. E lá fui eu de novo.




RETIFICAÇÃO: a viagem no Paradiso GV fez com que eu fizesse um artigo bastante negativo a respeito da uma. Depois, se, por um lado, não mais consegui ir naquele modelo, por outro, fui em carros menos catastróficos e acompanhado de públicos mais afáveis - como os da owa, que cheguei a citar no ano passado.

Tanto que na última que fiz, no natal (sim, caí na estrada no dia 25 de dezembro), viajei conversando bastante com um militar fluminense.

Ou seja: a mesa virou, e a uma subiu.

O 4924, um Paradiso 1200 dos primeiros lotes, é o nosso objeto de estudo. Todos eles (série 41, que está sendo repintada e renumerada para série 49, assim como os Jum Buss) têm ainda características da linha GV - como banheiro e maleiros de salão com desenhos e cortes retos. Você só lembra que está em um G6 quando observa o reflexo do carro em um vitrô ou, então, quando o motorista abre a porta (como pode ver na foto abaixo, o painel redondo lá da frente talvez seja a única característica interna da G6 que vem desde o seu lançamento, em 2000).




Fato é que, apesar dos pesares, ele ainda está bem. Não podendo fazer linhas internacionais, por estar no alto de seus 13 anos (os responsáveis por esse serviço, hoje, são os Jum Buss 2007), acabou ficando por aqui, muitas vezes escalado para a RIO x FOZ - linha que dura cerca de 25 horas, onde o motor só tem um desligamento nesse intervalo de tempo, em Ponta Grossa (lá é obrigatório). Lembro de ver este carro várias vezes em 2009, e jamais imaginei que andaria nele um dia. Ou seja, figurinha carimbada, descolada, desbotada, rabiscada e rasgada - e ainda não descartada.

A princípio, em asfalto liso - como o da Dutra e o da BR 277 - não se percebe nada de diferente. Ele se comporta de maneira sólida a ponto de enganar qualquer um, tal qual um Svelto atual (caso não percebeu, PERCEBA, porque ele é assim). Chegou em uma São Paulo da vida, pronto: quebrou-se o encanto. No trecho dentro do bairro onde fica a garagem da uma, onde o pavimento é pra lá de pós-guerra, dá pra se assustar, já que praticamente TUDO ali dentro resolve se bater como quem quisesse sair dali.


Toda essa violência concepcional acabou interferindo no resultado final do áudio.


Contudo, o quase-quebra-quebra é compensado, e muito bem, com o desempenho digno de um Scania, que, recordando rapidamente, é o REI do torque em ônibus.

Lá pelo trecho de Sorocaba (10º minuto), verá onde ele melhor se expressou. Na avenida mais linda já vista em todo o mundo - a Dom Aguirre - o conjunto pista lisa + repetidos sinaleiros + sede do motorista foi crucial, e onde o K124 se mostrou mais que bonito e afinado: surpreendente.


Pra quem acha o K124 um chassi soberbo, medíocre - por suceder o 113, indiscutivelmente o melhor da história - fica a verdade:


ELE TAMBÉM É INSUPERÁVEL.


E olha que estamos falando da versão de 360 cavalos; ouça aqui e tire suas conclusões.

E até a próxima.