sábado, 5 de janeiro de 2013

E no balanço das horas...

... tudo pode mudar. E num intervalo de tempo muito curto. Saudamentos, meu caro.

Como na vida: ontem, você estava completamente feliz, trabalhava X horas por dia em um lugar que pagava Y de salário, e com Z amigos arrumava modos inexplicáveis de zerar o vetor dinheiro no fim do mês. Hoje, está mendigando pra poder tomar um café na esquina.

Nos transportes, quem dera fosse diferente. Pra quem acompanha meu trabalho desde o princípio, lembra que no começo de 2009 fiz uma série de postagens sobre carros e operacional da Litorânea e do Transporte Ubatuba. // [fotos da época aqui] // Piorou e acabou, respectivamente. 

Tentarei ser breve.




Ubatuba: em 2010, entrou em operação o Expresso Verde Bus, empresa do grupo Transcbel (Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil). Na virada daquele ano para o seguinte, ainda era possível encontrar veículos com o saudoso colorido da pós-Costamar. 

Lendas como os S21, o Torino Volkswagen e o Urbanuss já estavam praticamente extintas, enquanto outras, como os Citmax 2004 e Senior, além, claro, dos Torino 2007, ganharam sobrevida.

A figura parece a mesma: a qualidade operacional se assemelha à da sua antecessora. Só parece: por outro lado, se em 2010 quase não haviam convencionais grandes, hoje a cidade já dispõe de vários - all from BH. E à exceção do Senior, tudo Mercedes-Benz. Pra não perder o sifrão, a tarifa está em R$ 3,10 (ante os 2,60 de quatro anos atrás).


Caraguatatuba: A empresa não foi trocada, só que aqui parece ter sido. Ao revés de Ubatuba, aqui quem mudou foi a qualidade do serviço, tudo graças à nova administração (que assumiu em 2011).

Altos e baixos: no verão 2007/08, a Praiamar era uma empresa impecável. No do ano seguinte, precisou alugar carros para a alta demanda. Nos outros que se sucederam, agregados de Belo Horizonte - ela é do grupo Anchieta. E enquanto esse festival acontecia, estreou o cartão Ligeirinho (e o grande milagre da entrada por trás e pela frente, e saída pelo meio), a publicidade foi colocada de todos os modos possíveis nas latarias, a manutenção virou artigo de luxo e, por tudo isso, toda a frota ficou escangalhada.

Foram 12 Torino no fim de 2011 e outros 13 em 2012, onde, além do branco padrão, surgiram carros temáticos (como os da foto acima). São seis:


Também foram puxados mais Citmax mineiros, muitos dos outros que lá estavam - e ficaram - foram sendo reformados.
A passagem custa R$ 2,75 no dinheiro. Via Ligeirinho, R$ 2,50.


Ilhabela: aqui a coisa é mais recente. No verão 2011/12, a briga foi feia entre Ilhabela e Fênix, rendendo até episódio com catraca free. O temporal passou, a tradicional empresa, com seus clássicos (Vitória, Torino GV e reencarroçados), foi-se e a cores-vivas de Itatiba ficou.

A frota é ligeiramente mais diversificada e tem mais carros na rua. Tapa na cara pelo zelo: plotagens desbotadas, ou simplesmente saindo, em todos os carros que as têm; à exceção dos Apache, todos os demais pareciam rodar sem uma lavada há dias. Eles novos:

- Thunder gelado - Apache - Thunder quente - Torino - Svelto -
TESTE: aproveitei a oportunidade para conferir como se comportava um convencional grande nas curvas, aclives e declives da pista mais maluca do litoral Norte, já que a frota da antiga viação não tinha nada desse porte. A aprovação foi fácil, o único inconveniente, mesmo, é achar um lugar onde o carro consiga manobrar - e, por consequência, uma linha que possa operar. Sobrou a do São Pedro, onde os dois Apache (sim, dois) estão alocados.

Uma volta na catraca já foi a R$ 2,50 (2010-12), passou a R$ 2,20 (meio de 2012) e, desde o dia 1 de janeiro, não sai por menos nem mais que R$ 2,90.


Intermunicipal: o serviço da Litorânea vai por água abaixo em Ubatuba, onde faltam rodoviários e urbanos à disposição do público. Não dá pra culpar apenas a empresa, pois o acesso à cidade é realmente muito ruim - Uma única rodovia costeira, onde facilmente se formam congestionamentos quilométricos. Só que não podemos isentá-la: nos tempos de Penido, sempre haviam ônibus, pelo menos para início de atendimento. Não: no verão 2012/13, os carros tinham que vir de São Paulo vazios.

Outro grande problema foi a implantação do Passe Fácil (fácil?!). Já utilizado em outras pratas da casa, como a Manoel Rodrigues e a Itamarati, ele foi aplicado à Litorânea há pouco mais de um mês. A princípio parecia simples, nos moldes de outras bilhetagens eletrônicas. Contudo, nesse sistema há duas roletas, e é justamente essa barreira extra o motivo de tanta discórdia.

PRÓS: só tem um avanço e ele é perceptível apenas na Caraguatatuba x Ubatuba, que possui tarifas por seção, e é o controle. Por exemplo, o passageiro paga até Maranduba (R$ 3,45 vs R$ 2,60 em 2008) e lá tem que descer, pois se tentar ir até Ubatuba (R$ 6,20 vs R$ 4,70 há quatro anos), a catraca de trás trava e, bem, sabemos o que se sucede.

CONTRAS: quase todos estão no desembarque. Primeiro, que quem não entende o sistema vai travar a catraca. // [Utilidade pública 1: encostar o cartão e depois colocá-lo no deck] // Segundo, que quem carrega bagagens, o que é muito comum por lá, e tiver o azar de encarar um Urbanuss, terá que fazer o esforço de erguer toda a carga. Terceiro que, mesmo nos Torino, o passageiro tem que descer por trás, independente de o carro estar vazio ou não e voltar para buscar a carga que ficou lá dentro. // [Utilidade pública 2: mãozinha para descer pela porta central é possível] // Isso tudo atrasa (e muito) a viagem.

Quarto, este do embarque, é que acaba havendo um limite para fazê-lo (e ele é até que os cartões - foto acima - acabem), no qual mesmo o veículo vazio não pode embarcar mais ninguém, deixando quem estava esperando por ele - o intervalo é praticamente incerto na temporada - ainda mais irritado.

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São Sebastião: não sofreu mudanças significativas, e, como não utilizei o serviço da Ecobus até hoje, não irei comentar nada sobre ela.

E, se não me matarem antes, até a próxima.